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Pasta de abacate

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Um sonho. Parecia que toda aquela beleza não poderia existir aqui, neste mundo. Quinze graus negativos, o dia por amanhecer e os geisers de el Tatio bafejando em todo seu esplendor. É nesta hora que antecede o clarear do dia que os geisers, grandes colunas de vapor quente que atingem até 10 m de altura, entram em maior atividade e é, portanto, o momento mais disputado pelos turistas para ver este espetáculo da natureza, a mais de 4 mil metros de altitude, perto de São Pedro do Atacama, no Chile.

Entre o encantamento e a emoção, o dia foi raiando e assim que o sol dominou a paisagem os guias nos levaram para um café da manhã, um delicioso bom dia à vida com leite aquecido diretamente na água fervente de um dos poços de água termal, café, pão e pasta de abacate para substituir a manteiga, no sanduiche de queijo. Um café da manhã com gosto de magia, de grandiosidade, privilégio reservado aos viajantes.

Minha velha conhecida, sabia que a pasta de abacate (provei pela primeira vez no Peru, substituindo a maionese no hambúrguer) era uma combinação perfeita, com pão e queijo. Muita gente estranhou e nem quis provar. Puro preconceito com o versátil abacate que na América espanhola é um protagonista e não apenas sobremesa.


Geisers El Tatio

































Pasta de abacate para sanduiche

1 abacate maduro
Suco de limão
Sal
Pimenta do reino (opcional)

Amasse o abacate com o garfo até que fique bem desmanchado, pingue suco de limão  para não escurecer. Junte sal, misturando bem para que fique homogêneo. Se usar esta pasta para complementar saladas, regar com azeite de oliva.

Gazpacho

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Espanha


Da Espanha, que pude visitar em duas ocasiões diferentes, guardo o sabor dos azeites envolvendo polvos, mexilhões, pimentões e tantas outras delícias disponíveis por toda parte. Uma culinária rica em produtos do mar, em embutidos fantásticos (já provou o jamón Pata Negra?) azeitonas carnudas e também em legumes e verduras, especialmente os tomates super saborosos. Tomates que, por sinal, são a matéria prima de um dos meus favoritos: Gazpacho de Sevilha, uma sopa fria de tomates. Isso mesmo, sopa fria, deliciosa e tão popular que até nos Mac Donald’s da região da Andaluzia existe a opção do gazpacho servido em embalagens individuais.
Embora possa ser encontrado em toda a Espanha, o gazpacho é típico  de Sevilla, cidade encantadora, uma pérola na Andaluzia, com ruelas típicas, uma lindíssima “judería”, restaurantes simpáticos à beira do rio Guadaquilvir que corta a cidade. Essencial mesmo para esta receita é conseguir tomates maduros, firmes e saborosos, o que nem sempre é tarefa fácil. Mas valerá a pena tentar. Esta  sopa  que apareceu com destaque no filme “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos”, de Almodovar, deve ser tomada fria. Repito isso porque, com frequência vejo gente torcendo o nariz quando falo de sopa fria. É deliciosa, facílima de fazer e especialmente indicada para o verão. Pode acreditar.

Sevilha
Gazpacho

Ingredientes:

1,5 kg de tomates maduros, sem pele e sem semente
Meio pimentão vermelho, assado
½ pepino grande, sem casca
1 colher (chá) de alho
4 colheres (sopa) de azeite de oliva
1/3 de xícara de vinagre de vinho
½  colher (chá) de sal
½ colher (chá) de pimenta do reino

Como fazer

Bata no liquidificador todos os ingredientes, adicione uma xícara de água. Deixe na geladeira por 5 horas, pelo menos. Servir em canecas ou cumbucas tendo como opção para acompanhamento cebola , pepino e pimentão picadinho.

Linzertorte

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Linz, à beira do rio Danúbio, já teve dias de muita glória quando era um porto estratégico para o embarque de sal que vinha das minas de Salzburg (a cidade do sal, certo?).  A terceira maior cidade da Áustria,  também teve importância cultural como centro de estudos. Foi em Linz que Johannes Kepler viveu , lecionou e publicou, em 1619,  Harmonice Mundi ("Harmonia do Mundo"), na qual ele relaciona as distâncias dos planetas ao sol à harmonia musical; o prédio renascentista onde ele trabalhava nas geniais teorias está bem no centro histórico da cidade onde outro gênio, Wolfgang Amadeus Mozart compôs, em apenas um dia a Sonata de Linz em 1783, partitura copiada (para todos os instrumentos e à mão, é bom lembrar) e executada dois dias depois.

Apesar de todos esses atributos, Linz não estava entre as minhas prioridades em destinos de viagem mas a comodidade do cruzeiro pelo Danúbio me levou a esta descoberta.

Pois bem: a cidade também tem seu orgulho gastronômico, a Linzertorte, que eu - assim como tantos quantos turistas passem por lá - fiz questão de conhecer na padaria Hofbäckerei, que desde 1807 produz esta especialidade. Amanteigada, macia, recheada com geleia e coberta com uma gradinha de massa e é sem dúvida um bom motivo para se esquecer da dieta.


Linz




Linzertorte

Ingredientes da massa

225 g de amêndoas torradas e moídas. 
1 1/2 xícara de farinha de trigo
2/3  de xícara (135 g) de açúcar  
Raspa de 1 limão
1 colher (chá) de canela em pó
1/8 de colher (chá) de cravo em pó
1/4 de colher (chá) de sal
1/2 de colher (chá) de fermento em pó
14  colheres (sopa) (195 g) de manteiga sem sal, cortada em pedacinhos
2 gemas grandes
1 colher (chá) de extrato de baunilha
Açúcar de confeiteiro para polvilhar

Recheio

Geléia de frutas vermelhas

Como fazer

Preaqueça o forno a 180ºC. Coloque as amêndoas numa travessa e deixe por 8-10 minutos pata tostar até ficarem levemente marrons. Quando esfriarem, triture as amêndoas no processador com ½ xícara de farinha, até ficar bem fininha. Junte o resto da farinha, açúcar, raspa de limão, canela, cravo, sal e fermento, até tudo ficar bem misturado. Junte a manteiga e pulse o processador algumas vezes para obter uma mistura com textura de farofa. Junte as 2 gemas, a baunilha e pulse novamente para a mistura ficar uniforme. Faça uma bola com a massa e divida em duas partes, sendo uma maior (a que fira na base) do que a outra. Coloque a maior em forma untada (20-25 cm) apertando contra a base e nas laterais.

Espalhe a  geleia sobre a massa. Cubra com plástico e leve à geladeira. Quando a bola menor estiver firme, tire da geladeira, coloque entre dois pedaços de papel manteiga e  abra com o rolo formando um círculo de mais ou menos 30 cm de diametro. Corte então a massa em tiras de 2,5 cm, coloque numa bandeja, cubra com plástico e leve à geladeira por 10 minutos. Quando as tiras estiverem firmes arrume - as  sobre a base que já está com a geleia, formando um xadrez. Assar em forno preaquecido a 180ºC.

Depois de pronta e já fria, polvilhe açúcar de confeitero.

Chip buttie

domingo, 25 de novembro de 2012

                                                                                        Phoenix Park, Dublin

Tente pensar num prato digno de “chutar o pau da barraca”, de arruinar completamente qualquer dieta. Pensou? Pois este ganha. E eu, confesso, provei. Mas para tudo há um bom motivo. Era pleno dezembro, em Dublin, cidade que prima pelo mau tempo, pela chuva constante e eu aproveitando a estiagem, havia andado por horas no Phoenix Park, na companhia da minha filha e de uma amiga. O parque é bem agradável, muito grande (o maior parque urbano da Europa, de 707 hectares) e quando  tentamos comer, o restaurante do próprio parque já havia fechado. Assim como outros dois, no caminho para casa.                            


Bom, para encurtar a história, acabei por atacar um chip buttie que nada mais é do que um sanduiche de batata frita.Um máxi sanduiche de máxi batatas fritas (uns palitões enormes) no meio de duas fatias de pão com manteiga. Este absurdo calórico (bastante popular por lá, aliás) até que é gostoso, confesso, um pouquinho envergonhada. Mas só um pouquinho porque aventura de turista é assim mesmo. Ah, acompanha uma saladinha, para compensar  tanto carboidrato junto. E aí, vai querer provar este sabor de Irlanda? Esse nem precisa de receita.

Pastéis de abricó

Atracamos num presépio! Esta é a exata impressão que eu tive quando o AmaDolce, navio que navegava pelo Danúbio fez sua parada, em Dürnstein. São apenas 800 os habitantes desta pequena localidade na região conhecida como Vale do Wachau, na Áustria. Pequenina, sim mas cheia de história. Nos poucos quarteirões que compõem a cidade, um castelo medieval em ruínas ainda se impõe no alto da colina, uma igreja barroca, pintada de azul, vários casarios históricos que lembram a passagem do rei inglês Ricardo Coração de Leão, que ali ficou prisioneiro, quando voltava de uma cruzada.

E muitos vinhedos e plantações de abricó. O lugar vive em torno do vinho (dalí saem alguns dos melhores austríacos brancos) e das frutas que lá são chamadas de marillen.  Do abricó são feitas as geleias, os licores, sabonetes, xampus, cremes e até azeite para gastronomia. Muito bom, por sinal, com um leve sabor tostado. Dürnstein encanta e um jeito de manter viva a lembrança do lugar e da fruta que é sua riqueza, quando cheguei de viagem usei geleia de abricó para fazer esses pastéis de massa folhada. É quase uma brincadeira mas me leva de volta àquele presépio às margens do Danúbio.



Ingredientes

1 embalagem de massa folhada (comprada congelada nos supermercados)
1 pote de geleia de abricó
100g de amêndoas em lascas, torradas (opcional)
Açucar de confeiteiro para polvilhar

Como fazer

Abra a massa, em temperatura ambiente, sobre mesa polvilhada com farinha, até a espessura de uns 3 mm, mais ou menos. Não pode ficar fina demais para não rachar ao assar. Coloque uma colher (de sobremesa) de geleia para cada pastel e sobre ela, as amêndoas em lasca, tostadas.

Feche os pastéis (se precisar, umedeça os dedos) e pincele leite frio, levando ao forno já aquecido. Assar durante 30 minutos aproximadamente (depende de cada forno). Quando estiverem mornos, polvilhe os pastéis com açúcar de confeiteiro.

Alcachofra em conserva

sábado, 24 de novembro de 2012

Itália

Se tem uma coisa que me traz, imediatamente, recordação de viagem é alcachofrinha em conserva, as carciofini sott'olio tão populares em toda a Itália, servidas como antipasto, como complemento de saladas, como a gente quiser. As carciofini fazem parte das minhas mais antigas memórias de viajante. Eu tinha quase sete anos e estava absolutamente deslumbrada com a  “descoberta” da Itália, numa viagem feita com meus pais.

Todos os dias, em todas as refeições - isso mesmo, todos os dias - eu pedia as tais carciofini que estavam sempre mergulhadas em azeite de oliva, acompanhada de prosciutto e queijo parmesão. Até que para uma criança que ainda trocava os dentes eu já tinha o paladar bem apurado, não é mesmo?

Fato é que continuo gostando das tais alcachofrinhas que, por aqui custam uma exata fortuna. Então resolvi aprender a fazer.  Limpar as alcachofrinhas, tirando as folhas mais duras e cortando um pouquinho da base é a única parte trabalhosa. O resto é bem fácil e o resultado compensa. Tem gosto de Roma, Firenze, Taormina, Bari ...

Taormina, Sicilia




Carciofini

Ingredientes

½ quilo de alcachofras bem pequenas
Azeite
Vinagre
2 dentes de alho
Cravo

Como fazer

Limpe as alcachofras, retirando as folhas mais rígidas. NÂO LAVE.

Coloque as alcachofras numa panela com vinagre onde irão cozinhar até ficarem macias. Escorra e deixe secar naturalmente. Arrume num vidro esterilizado e seco, apertando bem as alcachofras.

Coloque o alho, os cravos e encha o vidro com óleo de milho ou azeite de oliva. Espere no mínimo 5 dias para provar.

Bambórak, a panqueca de batata tcheca

República Tcheca

Bambórak, panqueca de batata

O que é que você comia lá? Como é que você se virava para saber o que estava escrito no cardápio? Essas são perguntas recorrentes cada vez que eu viajei  para um destino ainda pouco conhecido por minha família e amigos. E não foi diferente quando estive, pela primeira vez em Praga, nos anos 90 quando o país mal havia saído do regime comunista e se tornado a República Tcheca, hoje francamente favorita dos brasileiros.

Nunca tive medo de experimentar novas culinárias e, mesmo quem não se atreve muito em novos pratos deve lembrar que existem ingredientes curinga e um deles é a batata. Pratos com batata ageradam gregos e troianos. Tchecos e brasileiros, como queiram. Batatas, aliás, dominam a culinária da Europa Central como base da alimentação e, disponíveis desde séculos passados a todas as camadas da população, entrou como base também da culinária tcheca .

Esta panqueca, a bambórak, é um dos mais típicos pratos do dia a dia dos tchecos. Bem fácil de fazer, nutritiva e saborosa, essa panqueca vai muito bem em qualquer parte do mundo porque acompanha muitos tipos de carne mas pode ser sozinha, uma opção legal para uma refeição vegetariana.

Praga - Praça da Cidade Velha



Bambórak

Ingredientes

1 kg de batatas
500 g de farinha de trigo fina
2 ovos
200 ml de leite
1 dente grande de alho
Sal
Pimenta
Manjerona
Banha (ou margarina) para fritar

Como fazer

Descascar e ralar as batatas cruas. Acrescentar a farinha, ovos, leite e alho esmagado, os temperos e o sal. Misturar tudo. Colocar a massa em porções individuais na frigideira com a gordura e fritar devagar, dos dois lados, até dourar.

Dá para 4 pessoas e acompanha carne, frango, luiguiça, saladas ou o que mais a imaginação pedir.

Goulash

Existem experiências inesquecíveis. E uma delas, para mim, foi participar de um cruzeiro subindo o rio Danúbio, de Budapeste até Regensburg, na Alemanha. As razões? O óbvio  foi conhecer o interior de vários países de Europa Central (Hungria, Eslováquia, Áustria, Alemanha) e perceber que, apesar de terem uma história em comum - e isso se aplica também à gastronomia - com lembranças marcantes do Império Austro Húngaro, cada lugar tem sua própria personalidade, sua peculiaridade. Inclusive em comidas e vinhos.

E o melhor: no navio - o Amadolce - a cada parada o cardápio homenageava esses lugares com pratos típicos, servidos no jantar, acompanhado de vinhos e cervejas locais. E mais: as receitas de algumas dessas delícias eram oferecidas a todos os passageiros. Como essa aí, de Goulash, a famosa sopa húngara, que eu trouxe na memória do paladar e também escrita, para poder reviver o típico sabor da Hungria.

Amadolce partindo de Budapeste



Goulash

Ingredientes

2 cebolas picadas
2 colheres (sopa) de azeite
Meio quilo de carne cortada em cubos
1 colher (sopa) de páprica
2 tomates cortados em pedacinhos
2 colheres (sopa) de farinha
2 cenouras picadas
1 pimenta verde  picada
2 batatas em cubos
Sal
Salsinha picada

Como fazer

Refogue a cebola no azeite até dourar. Junte a carne e mexa até escurecer. Junte o sal, páprica, tomates e deixe cozinhar por 30 minutos (se precisar, adicione água para evitar super fervura). Junte a cenoura, a pimenta e deixe ferver. Junte as batatas e mais água (para dar a consistência de sopa). Prove o sal e deixe cozinhar até que as batatas estejam macias e a carne bem cozida.

Scones

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Quando o mundo ainda não era globalizado, os scones, um tipo de “pão de minuto” (alguém se lembra disso?) de massa levemente adocicada e macia era o complem ento esperado para o chá, servidopor toda a Grã Bretanha com manteiga e geléia, preferivelmente de frutas vermelhas. Por influência do "continente", como os britânicos se referem à Europa continental, os scones são, muitas vezes, substituídos por croissants (a versão com amêndoas em lascas é bem popular) e outras tantas pâtisseries que invadiram o Reino Unido.

Mas os scones continuam sendo meus favoritos e a versão servida na Harrod’s é absolutamente fantástica. Mas não é necessário visitar a loja do quase sogro de Lady Di e sinônimo de elegância, em Londres. Há scones por toda parte, uns melhores, outros nem tanto mas todos com sabor de UK. Esta receita é rápida de fazer, perfeitos acompanhamentos para uma xícara de chá ou café. E foi a que saboreei bem cedinho, naquele 29 de abril, assistindo pela tevê, a milhares que quilômetros de distância, ao casamento de William e  Kate. Tinha que ser.






Ingredientes


  • 225g de farinha com fermento
  • 55g de manteiga
  • Uma pitada de sal
  • 55g de amêndoas moídas (opcional)
  • 25g de açúcar
  • 100ml de leite
  • 1 ovo batido
  • 2 colheres (sopa) de iogurte natural
  • Margarina para untar

Para acompanhar:


  • manteiga
  • geléia de morango

Como fazer

1. Aqueça o forno a  225C. Unte a forma com margarina.
2. Coloque a farinha e a manteiga numa tigela, junte o sal. Usando os dedos vá esfregando a manteiga com a farinha até que fique como uma farofa grossa. Junte as amêndoas e o açucar.
3. Misture o leite, ovos e iogurte, em outra tijela.
4. Abra um buraco no centro dos ingredientes secos e depeje 2/3  dos ingredientes líquidos. Se estiver muito seco, adicione o resto para chegar à consistência para formar uma massa macia.
5. Coloque esta massa sobre uma superfície polvilhada com farinha em forma circular de aproximadamente 2,5 cm de altura. corte com a boca de um copo e leve a assar em forma untada, polvilhando cada pedaço com farinha.
6. Assar por 10 ou 12 minutos ou até que os scones estejam crescidos e dourados.
7. Sirva com manteiga e geléia.

Ceviche

Peru

Janeiro de 1989. O Peru estava mergulhado numa profunda crise e fazer turismo por lá era quase de graça mesmo consideradas todas as dificuldades da economia do Brasil, naquela época. O que era excepcionalmente bom porque, por imposição da Receita Federal, num daqueles planos mirabolantes que  vira e mexe mudavam a moeda brasileira e cortavam 3 zeros do nosso dinheiro, turistas brasileiros só poderiam levar consigo 250 dólares e retirar, num banco local, outros tantos com toda esperada burocracia


Por sorte, os preços convidativos do Peru permitiam que com pouquíssimos “soles”, fosse possível provar algumas delícias da cozinha peruana. Foi quando, pela primeira vez  experimentei o ceviche, uma espécie de carpaccio de peixe e vinagrete que muito mais tarde chegaria aos cardápios do Brasil via chefs e ganharia status nos restaurantes de griffe.

                                             
                                                   Lima, Peru


Ceviche

Ingredientes e preparo do (5 pessoas)

500g de peixe fresco
10 limões
3 cebolas roxas
1 dente de alho
Sal a gosto
1 Pimenta Dedo-de-Moça
2 folhas de coentro

Complementos 

Batata-doce a gosto
Milho a gosto

Como fazer

Comece cortando as cebolas em juliana, espremendo o alho e cortando a pimenta em pedacinhos finos. Corte o peixe em cubinhos de mais ou menos 1,5 cm, despeje numa tigela e salgue a gosto. Misture bem para o sal pegar, depois adicione a cebola roxa, o alho, a pimenta picada e o sumo dos limões. Não esprema demais os limões, o bagaço costuma deixar o sumo amargo.

Leve a tigela com a marinada à geladeira e deixe repousando por alguns minutos. O tempo varia conforme o gosto, os melhores chefs gostam de servir o Ceviche quase como um sashimi, por isso recomendam pouco tempo, entre 10 e 15 minutos. Nos restaurantes peruanos mais populares a história é inversa, o tempo é bem mais longo, que é como eu prefiro.

Retire da geladeira, pique bem algumas folhas de coentro - uso no máximo umas duas - e incorpore na marinada. Sirva imediatamente, acompanhado de batata-doce cozida e milho.

Torta Sacher

Parada obrigatória em Viena, Áustria, a confeitaria Sacher, anexa ao hotel de mesmo nome se gaba de produzir, desde 1876, o melhor bolo de chocolate do mundo. Eduard Sacher foi o inventor da delícia que hoje vive também dos louros de sua história. Fica bem pertinho da Ópera de Viena e, portanto, sempre gozou da presença de artistas, realezas, quando o Império Austro Hungaro estava no seu apogeu.

Continuou brilhando entre os plebeus que, como eu, vamos sagradamente conferir os predicados do tal bolo enfrentando uma multidão de pessoas ávidas por aquelas centenas de calorias. É mesmo muito bom. Mas não seria tão radical em dizer que é o melhor do mundo. Há controvérsias.




Torta Sacher (bolo vienense de chocolate)

Ingredientes

-200 g de manteiga
-200 g de açúcar
-6 ovos
-Raspas de limão (1/2 limão)
-250 g de chocolate meio amargo em barra
-150 g de farinha de trigo
-2 colheres (chá) de fermento em pó

Recheio

-1 vidro de 200g de geléia de damasco

Cobertura

-250 g de açúcar
-125 g de chocolate em pó
-6 colheres (sopa) de água

Modo de Preparo

1- Bater a manteiga com o açúcar, as gemas e as raspas de limão.
2- Juntar o chocolate derretido em banho-maria, as claras batidas em neve, a farinha e o fermento.
3- Assar em fôrma redonda untada, sem deixar ressecar.
4- Deixar esfriar.
5- Partir ao meio, rechear com geléia de damasco e cobrir com o glacê de chocolate.

Cobertura (Glacê de Chocolate)

1- Misturar o açúcar peneirado, o chocolate, a água e bater durante 5 minutos.
2- Derramar sobre a torta, alisar com uma faca e deixar secar à boca do forno (o forno deve estar quente é só deixar a porta aberta e a torta sobre o fogão).

* Servir com chantilly

Colcannon

Irlanda

A Irlanda passou a fazer parte do meu roteiro internacional quando minha filha se mudou para lá. Afinal, o que se come por lá? Só batatas? Claro que não é verdade mas as batatas são, sim, quase sinônimo da culinária irlandesa que, por sinal, conta com excelentes espécies de batatas: das pequeninas new potatoes, novinhas tenras e especialmente saborosas, usadas em saladas, assadas com carnes, e em outros pratos, às maiores, usadas para os purês, o mash, prato básico da cozinha irlandesa, que também tem esta versão, típica de lá e muito gostosa.



Colcannon (purê  de batatas com verdura)

Este é um prato tipicamente irlandês servido, quase sempre como prato principal, podendo ser acompanhado por lingüiça frita.

Ingredientes

1 kg de batatas
Leite, manteiga
Sal,
Pimenta
Repolho escuro (que pode ser substituído por couve)

Como fazer

Cozinhar as batatas até ficarem bem macias. Amassar e juntar a verdura rasgada em tiras grossas. Esquente o leite, junte a manteiga e bata até o purê ficar cremoso. Coloque o sal e pimenta. Sirva bem quente.

Outra versão do mesmo prato pode ser feita substituindo a couve por cebolinha verde.

(uma porção generosa)

Sabores mágicos















Há algo de mágico nessa combinação de paladar e viagem. Um bagel com cream cheese que você comeu andando por Nova York ou  mesmo um simples cachorro quente provado na terra mágica de Disney, ou aquela exorbitante lingüiça vendida nas barracas da Praça Venceslau, em Praga, foram registrados, na sua memória como verdadeiras delícias porque traziam consigo a alegria da viagem e das suas descobertas. Tem sabor de felicidade. Tanto quanto aquele acarajé, no Farol da Barra, em Salvador, saboreado na companhia do seu amor, olhando aquele marzão de Deus. Inesquecível sabor de viagem!

Sanduiche de pepino

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A fama, é péssima. E até com certa razão mas - acredite - a culinária britânica não é apenas fish & chips. Cozinha de muita fritura, de pratos pesados - a tal “English heavy food”- carregada de bacon, ovos, batatas (especialmente fritas), a culinária do país da Rainha Elizabeth é também aquela de doces e pâtisseries deliciosos, de geléias e bolos que combinam com perfeição com o indispensável chá, sempre servido com leite. Essencial em Londres é reservar uma tarde para um chá e há muitos lugares onde é possível viver esta típica experiência britânica: nas cafeterias de museus ou grandes lojas - na Harrod’s, por exemplo, ou nos hotéis. Chá completo inclui os obrigatórios sanduiches de pepino,de queijo, de presunto ou de salmão, doces e scones. Tudo acompanhado de muita manteiga e geléias.



Sanduíche de Pepino (Cucumber sandwich)

Indispensável na hora do chá, este é um sanduíche mais do que tradicional na Inglaterra, item obrigatório no cardápio de hotéis de luxo e que sempre faz sucesso, quando preparo, aqui no Brasil, para meus amigos.

Pão de forma, sem casca
Pepino, descascado e cortado em tiras largas, do tamanho de meia fatia de pão
Maionese
Hortelã  fresca

Como fazer

Prepare a maionese (pode usar maionese industrial, se quiser) e misture a ela hortelã batida na faca. Passe essa maionese em todas as fatias do pão e recheie com o pepino. Guardar na geladeira até a hora de servir.

Observação: para cada xícara de maionese, 3 colheres de hortelã já batida

Sorvete de gorgonzola

Naquele dia de outono, ensolarado e com uma luz especialmente difusa, a medieval, murada e encantadora San Gimignano, oferecia uma vista fantástica sobre os campos da Toscana. Deslumbrante. Tudo encantador. As ruelas, as inúmeras torres, os sinos tocando. E, para ficar ainda mais perfeito, eis que me deparo com a Gelateria di Piazza, ostentando a faixa de “campeã mundial de sorvetes”.





A sorveteria, para o título que carrega, nem é grande. Uma porta dando para a piazza e uma geladeira com as delícias dos deuses, sorvetes que aparecem - merecidamente - citados mundo afora como “the best ice cream ever”. Sabores? Gianduia, nozes, panna, marrom glacê, laranja, entre dezenas e o inacreditável sorvete de gorgonzola. Provei um, por curiosidade e meia hora depois estava pedindo o segundo. Bom, ninguém me deu a receita mas eu consegui reproduzir esta delícia, um sorvete delicado, de sabor sutil.



Sorvete de gorgonzola

Ingredientes

2 colheres (sopa) de gorgonzola
1 lata de leite condensado
500 ml de creme de leite fresco

Como fazer

Colocar o queijo gorgonzola e o leite condensado numa panela , mexendo sempre. O queijo derrete rapidamente; continuar mexendo até o ponto de brigadeiro de colher. Deixe esfriar. Bater o creme de leite em ponto de chantilly, bem firme. Junte o brigadeiro de gorgonzola, já frio , batendo só para incorporar. Leve ao freezer. Na hora de servir pode juntar nozes ou pecãs.E prepare-se para os elogios